19 junho 2006


"Mademoiselle"
A quantas andei pelas veredas e sarjetas
De onde vi o sol, a escuridão.
Sorrio cinicamente com minhas certezas
Que nunca surtiram sentido ou razão.
Eu bebo na tua taça a maliciosa sutileza
E exalo o tenso e próspero tesão.

Eu me debruço sobre as flores
Cores que me acolhem no seio
O meu anjo nu aprecia das altas torres
Minha jornada cheia de malícia e rodeios
Meneio a dança do novo
Quando fores
À beira do paraíso
A gula dos efervescentes desejos

Dê-me um beijo profundo e suave
Que traga a propícia febre insana
A sede de comê-la inteiramente
Escarlate, úmida e morna.
Vulcão intumescido em lava
Que gargalha sua glória em chama.
A arte do servo que domina
O-para-todo-o-sempre no fugaz agora.

Sussurros infindos da viciante canção
Que entre beijos se declama
Poesia da carne brilhando n´alma,
O defeso desejo
Que presenteia do grão
Para o beija-flor, a rosa profana
Os meus dedos escrevendo em tuas linhas serpeantes
A palavra Amor:
Que marca e corta
Dia/Noite Pulsando em ti
Enquanto murmuras e choras e gozas.

Texto:
Marco Antônio
Foto:
"Caminho para o Pecado"
Pedro da Costa Pereira_Careca

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